sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

As quatro estações: o inverno

Qualquer um que muda de um lugar para outro, por mais que seja uma cidade perto, esta' sempre sujeito a mudanças climaticas. Se a pessoa saiu do Brasil, cuja maior parte da sua extensão territorial esta' em zonas tropicais, e vai para um pais na Europa ou na America do Norte, estas diferenças são mais evidentes.

Embora as condições meteorologicas variem muito de lugar para lugar (não se pode jamais generalizar dizendo "Europa é frio no inverno", por exemplo), uma grande mudança ao se distanciar da linha do Equador é a duração dos dias dependendo da estação do ano.

Mais do que o frio, na minha opinião, o incômodo do inverno reside na quantidade de luz percebida por dia. Enquanto que a temperatura e a umidade são determinados por uma série de fatores - latitude, altitude, continentalidade, correntes maritimas, etc - a quantidade de luz varia somente de acordo com a latitude (distância até a linha do Equador) e, obviamente, o dia.

Se uma pessoa leva em conta a hora em que escurece, ela pode dizer: "ei, mas Paris e Stuttgart, por exemplo, têm a mesma latitude e no solsticio de inverno - o dia mais curto do ano - escurece mais cedo em Stuttgart." Sim, mas também o dia começou mais cedo. Isso pelo fato das duas cidades compartilharem o mesmo fuso horario mas terem longitudes diferentes. Mas a quantidade de luz recebida é a mesma.

O inverno por aqui vai chegando ao fim, e os dias vão ficando mais longos. E, por mais que seja uma desvantagem viver de três a seis meses na escuridão, tudo é compensado com a chegada da primavera.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

As escolas finlandesas

Educação é uma questão importantissima e delicada em qualquer que seja a sociedade. Os paises desenvolvidos gozam, em geral, de um sistema de educação publico universal, de qualidade e na maioria dos casos, gratuito, pelo menos até o fim do Ensino Médio, o que infelizmente não é o caso do Brasil.

A competitividade do mundo adulto, de trabalho, muitas vezes é transportada ao mundo infantil através das escolas. Outro dia vi uma reportagem na TV sobre crianças de DOIS anos nos EUA que passavam por verdadeiros processos de recrutamento para serem aceitos em determinadas escolas. De uma criança, ou melhor, bêbê, de DOIS anos, se exigiam duas linguas (inglês e francês), além da sua lingua materna que era o italiano... um absurdo!

Tanto quanto aprender, uma criança precisa brincar. Precisa se socializar. Precisa de um monte de outras coisas "imateriais" do que apenas um bom curriculo desde os DOIS anos de idade.

Foi com esse pensamento que hoje escutei uma reportagem de uma radio canadense sobre as escolas finlandesas (a midia também é globalizada). E, como disse là no inicio, cada pais decide sobre o seu sistema de educação, baseado em uma infinidade de fatores e limitações. Mas da Finlândia, além da Nokia, da vodka e de bons pilotos de Formula 1, também saem brilhantes estudantes que vêm nos ultimos tempo vencendo competições internacionais de matematica, fisica, etc.

Poderiamos esperar uma educação ferrenha, no melhor estilo japonês de competitividade desde o berço. E para a surpresa geral, não é nada assim. Bom, para começar, é um sistema de educação fundamental como todos deveriam ser: universal, gratuito, de qualidade e obrigatorio dos 7 aos 16 anos.

Mas a palavra-chave nesse pais não é competitividade, mas sim inclusão. Não existe prova, e os estudantes so começam a ser avaliados a partir dos 12 anos. Ainda assim, para que sejam identificados eventuais problemas, que são logo tratados com aulas particulares gratuitas.

Uma montanha de livros? Longe disso! Livros são importantes, mas na hora certa. As crianças finlandesas brincam com exemplos praticos, aprendem geometria com peças de plastico ao inves de desenhos abstratos, a interação com os mestres e os outros alunos é privilegiada. De fato, isto é possivel com turmas reduzidas, de no maximo 18 alunos, segundo a reportagem.

Na minha opinião, os resultados falam por si. As crianças visitadas pela reportagem foram entrevistadas em francês, e falavam sem nenhum problema. De fato, na Finlândia, parece ser quase impossivel encontrar alguém que não fale, além do suomi, ou finlandês, também o inglês. E a maioria se engaja em uma terceira lingua: sueco, francês, alemão...

Ah, e quanto aos pilotos de F1, termino o post com uma frase do Heikki Kovalainen, piloto da McLaren, quando entrevistado pela Globo no Esporte Espetacular da semana passada em razão de uma comparação entre Brasil e Finlândia na F1, como o fato dos dois países possuirem três campeões do mundo e dois pilotos entre as três principais equipes da F1 em 2008:
Interessantes essas coincidências, nunca havia percebido. E até me surpreende, o Brasil deve estar fazendo alguma coisa errada. Nós somos apenas 5 milhões, compare com o tamanho do seu país...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Maracujá

Antes de criar o Expatriando, e desde então, eu acompanho diversos blogs de brasileiros espalhados pelo mundo. Uma das referências do gêreno no Dubai, nos Emirados Arabes Unidos, é o Dubai FC. E de la tirei este paragrafo que compara a experiência de um novo lugar a um maracujá:

"Dubai - como muitos outros lugares - é como um maracujá: é preciso saber degustá-la. Os afoitos (todos nós) mordem a fruta; ficam com um gosto azedo amarrado na boca e falam pra todo mundo que é a pior fruta que já comeram. Mas quem lê a receita em um dia de sol e brisa fresca, abre a fruta, raspa a poupa com uma colher, mistura leite condensado e aguardente, gelo, bate o pilão, hmmm... apologias politicamente incorretas à parte, esse sujeito terá uma impressão completamente distinta da fruta."

Post original

Dia de São Valentim pt 2



Junto com o Natal, o dia de São Valentim faz a festa dos floricultores. Em Paris, na quinta passada, a fila de homens querendo homenagear/conquistar/presentear/agradar suas respectivas amadas saia dos estabelecimentos e dobrava a esquina em alguns casos...

Telecomunicações

Ano passado, quando mudaram o sistema de pulsos da telefonia fixa do Brasil para a cobrança tarifària por minutos, uma das grandes "vantagens" apontadas foi a abolição da assinatura, o que na verdade foi uma grande enganação, pois devido à falta de concorrência e o fato de estarmos sujeitos ainda aos provedores historicos faz com que seja obrigatoria a adesão a um pacote minimo de minutos, ou seja, a assinatura de antigamente.

O que isso tem a ver com o Expatriando? Acontece que, apesar de termos a possibilidade de ler jornais do mundo todo (a internet no Brasil é capenga, mas funciona...), é ao experimentar serviços em outros paises que podemos comparar realmente a nossa defasagem com relação aos paises desenvolvidos.

A primeira vez que percebi isso foi na primeira vez que me expatriei, dez anos atras, quando descobri que ligações locais ilimitadas estavam no pacote mensal da familia que me hospedava. Em 1997 eles tinham internet banda larga (ao menos para os padrões da época), bem antes da Telefonica lançar o Speedy em SP.

Hoje, na França, vejo que o abismo é mesmo grande. Enviei a muitos de vocês leitores um texto de revolta na época da mudança, falando sobre todos os serviços que eu tenho aqui por um valor menor a R$80, inclusive ligar gratuitamente para o Brasil e outros 70 paises. Mais info em www.free.fr

Uma das razões da França ter um dos serviços de telecomunicações mais baratos do mundo foi o emprego da "fibra optica escura" anos atras. Em plena expansão ferroviaria, a companhia de trens instalou, a baixo custo, ja que eles iriam cavar de qualquer maneira, milhares de quilômetros de fibra optica ainda sem uso destinado, por isso a denominação escura.

O investimento estratégico se pagou com a historia que todos conhecemos: o enorme crescimento da demanda em termos de usuarios e de velocidade de conexão.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Dia de São Valentim

Hoje é dia de São Valentim. Europa, EUA e outros paises comemoram o dia como no Brasil é o 12 de junho, dia dos namorados, véspera do dia de Santo Antônio, este um santo português com tradição de casamenteiro.

Segundo o que eu achei fuçando na internet, a data foi criada na realidade pelo comércio paulista e depois assumida por todo o comércio brasileiro para reproduzir o mesmo efeito do Dia de São Valentim daqui, incentivando a troca de presentes entre os apaixonados.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Férias no Brasil e na França

Como tinha prometido, faço agora uma comparação matemàtica dos dias de férias no Brasil e na França, de acordo com o calendario 2008. Bom, uma tabela vale mais do que mil palavras...

Feriado

Dia

BR

FR

Confraternização Universal

1º de janeiro

3ª-feira

x

x

Carnaval

4 de fevereiro

2ª-feira

x

Carnaval

5 de fevereiro

3ª-feira

x

Quarta-feira de Cinzas (ponto facultativo até as 14h)

6 de fevereiro

4ª-feira

x

Paixão de Cristo

21 de março

6ª-feira

x

Pascoa

24 de março

2ª-feira

x

Tiradentes

21 de abril

2ª-feira

x

Dia Mundial do Trabalho

1º de maio

5ª-feira

x

x

Ascension

1º de maio

5ª-feira

x

Vitoria 1945

8 de maio

5ª-feira

x

Pentecostes*

12 de maio

2ª-feira

x

Corpus Christi

22 de maio

5ª-feira

x

Fête nationale

14 de julho

2ª-feira

x

Assomption

15 de agosto

6ª-feira

x

Independência do Brasil

7 de setembro

Domingo

x

Nossa Senhora Aparecida

12 de outubro

Domingo

x

Dia do Servidor Público

27 de outubro

2ª-feira

x

Toussaint

1º de novembro

Sábado

x

Finados

2 de novembro

Domingo

x

Armistice 1918

11 de novembro

3ª-feira

x

Proclamação da República

15 de novembro

Sábado

x

Véspera de Natal (ponto facultativo após as 14h)

24 de dezembro

4ª-feira

x

Natal

25 de dezembro

5ª-feira

x

x

Véspera de Ano-Novo (ponto facultativo após as 14h)

31 de dezembro

4ª-feira

x

TOTAL

14,5

11

TOTAL sem FDS

10,5

10


Ficaram faltando ainda, no caso do Brasil, feriados regionais. Dos que posso me lembrar em SP, tem o aniversario da cidade e o dia da Consciência Negra. Ou seja, 16,5 contra 11.

E Pentecostes ainda não foi confirmado como feriado. Explico, feriado sempre foi, mas de uns anos para cà existe uma historia de que as pessoas devem, sim, ir ao trabalho, mas não são pagas. As empresas devem pagar os salàrios deste dia ao governo para custear o tratamento dos idosos, acho, não tenho certeza...

Parece que neste ano vão deixar Pentecostes como feriado, ninguém trabalha (e continua não ganhando por esse dia), mas vão escolher um dia para que doemos os salarios aos idosos...

Outra coisa que vale a pena dizer é que destes 25 dias são descontados também eventuais emendas de feriados. Enforcou o 8 e o 9 de maio? Menos um dia de férias! No Brasil depende da cultura da empresa, normalmente acaba descontado das horas extras...

As ferias na França sao 25 dias uteis e no Brasil 30 dias corridos, para CDI e CLT, respectivamente, onde CDI é o regime que mais se assemelha a CLT brasileira. Descontando as variaveis de inicio e fim do periodo de ferias no Brasil, que pode incorrer em 22, 21, 20 ou até menos dias uteis em um periodo de 30 dias, acho que no final das contas o numero de dias trabalhados em um ano equivale nos dois paises, nao?

Na minha opinião são regimes bem generosos (demais?). Alguém conhece o regime de outros paises?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tutoyer ou vouvoyer

Algo que em muitas partes do Brasil é ignorado, a diferença entre o pronome de tratamento e o pronome pessoal em segunda pessoa é quase que uma instituição em vàrios paises da Europa.

Aqui na França principalmente, jamais nos dirigimos a alguém que não conhecemos, que seja maior de idade, claro, usando o tu. Como eu disse, no Brasil, isso varia de acordo com a região, mas em São Paulo o tu francês equivale ao você, e o vous equivale a "o senhor"/"a senhora".

O fato é que, mesmo com uma definição jà distorcida, no caso de SP, que não usamos o tu para comunicações informais, distorcemos ainda mais pelo fato de que o "você" é usado indiscriminadamente, ou quase, na maioria dos casos. E por isso, as conversações tendem a ser mais informais. O uso de "o senhor"/"a senhora" acaba sendo até irônico em algumas situações, evocando um distanciamento acima do normal.

Por que falei de tudo isso? Bom, depois de passar meses dizendo vous pra todo mundo, trabalho agora em uma empresa onde o tu é institucionalizado, e, mesmo se de um lado isso pode levar à banalização de algumas relações, é muito melhor principalmente para um brasileiro, acostumado a dizer "você" pra todo mundo, inclusive o superior do superior do superior (pelo menos onde eu trabalhava era assim!)

Na Alemanha a regra é a mesma, enquanto que a Itàlia se assemelha mais ao Brasil, isto é, o costume existe e é empregado de vez em quando, mas a barreira de passar do Lei formal ao tu é bem pequena...

Alguém sabe dos usos dos pronomes em outras culturas?
(Não vale pais de lingua inglesa!!!)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Expatriando Podcast # 01



O primeiro podcast audio do Expatriando.

Musica de Comparsas do Nogueira - O samba-funk que Dona Margarida cantarolava de segunda a sexta às 10:47hs da manhã.

Disponivel para reprodução na própria página, para download ao clicar no título do post e também como podcast, ao clicar no link do iTunes à direita, para quem tem iTunes instalado, ou pelo link http://feeds.feedburner.com/expatriando para qualquer outro agregador.

UPDATE: Agora funciona no iTunes!!

Expatriando TV # 01 (reprise)



Por algum motivo, o podcast do primeiro video nao funcionou no iTunes. Estou republicando para ver se desta vez vai! Alguém mais além de mim assinou o feed no iTunes? Funcionou?

E em breve, o primeiro podcast audio...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Boulot-Metro-Dodo

Esta é uma realidade não exclusiva de uma grande cidade como Paris, mas da maioria (senão todas) das grandes cidades do mundo. Um centro cheio de oportunidades, permeado de uma rede de transportes caótica, mas na maioria das vezes funcional.

Uma particularidade da França, para os que não conhecem, é que desde 2000 existe na França um acordo de redução do tempo de trabalho, a RTT. Portanto, contrárias às usuais 40h semanais da CLT brasileira, aqui a semana de trabalho é de 35h. A medida foi tomada para que mais postos pudessem ser criados e também visando um aumento na qualidade de vida.

Até que funciona, mas na maioria dos casos a medida não é prática, então várias empresas procuram meios de "driblar" a medida. Onde eu trabalho, por exemplo, isso simplesmente não existe. O horário é o famoso "das nove às...". A frase pode ser completada por seis, sete, oito... Depende da demanda.

A contrapartida é vantajosa, dez dias úteis adicionais de férias, chegando a um total de 35 (sim, dias úteis) e flexibilidade, caso um dia alguém precise chegar mais tarde ou sair mais cedo... O importante é a responsabilidade do trabalho bem feito. Então, na minha opinião, o balanço é positivo.

Ah, antes que alguém diga que 35 dias úteis de férias por ano é muito, podemos fazer as contas e ver que no Brasil o saldo é ainda mais positivo... Os feriados aqui são bem menos numerosos, e ainda mais em um deles trabalhamos de graça para ajudar o sistema de saúde. A comparação fica para um outro post, mas não se esqueçam de: 2 dias e meio de carnaval, dois feriados nacionais (7 de setembro e 15 de novembro) ao invés de um, um monte de feriados municipais, etc... Aqui durante o ano são dez, em média então dois caem em fins de semana, etc...

Bom, o título do post, em português, quer dizer "Trabalho-Metrô-Dormir" (Dodo é como crianças pequenas dizem dormir, e também para dar a mesma entonação às três palavras...). E é como muita gente se sente.

(Não, não concordo 100%)

E você, vive na rotina Boulot-Metro-Dodo ou aproveita alguma coisa do dia após o trabalho?

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Os ex-expatriados nos EUA

Para quem pensa que deixar o Brasil é equivalente a dar as costas à patria-mãe, digo que nunca aprendi tanto sobre o Brasil estando em casa do que aprendi nestes ultimos anos fora. E, felizmente, é um sentimento que vejo em grande parte dos expatriados brasileiros. O sentimento de negação ao pais pode até estar presente antes da partida, mas com o tempo é substituido pela saudade e pela vontade de fazer alguma coisa para ajudar.

Escondido em uma decisão que pode parecer egoista, o imigrante acaba direta ou indiretamente contribuindo para o desenvolvimento do Brasil. O envio de dinheiro para ajudar os familiares que ficaram injetaram bilhões na economia brasileira nos ultimos anos.

Um exemplo de que muitas vezes o retorno ao Brasil acaba acontecendo são os expatriados brasileiros nos EUA. Largar tudo e ir para os EUA não é um fenômeno recente, nem exclusivo dos brasileiros. Mas o que foi noticia do NYTimes no final do ano passado foi o caminho inverso.

Os principais motivos são a eterna vida na ilegalidade, para alguns, o desaquecimento da economia americana contrastando com o crescimento da economia no Brasil, a queda na diferença cambial, que torna os envios de dinheiro menos significativos, entre outros.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Por que se expatriar?

Ontem estava conversando com um colega do trabalho, francês, que sempre morou, fez seus estudos e trabalhou na região parisiense. Ele me contava do seu interesse em buscar oportunidades de trabalho no exterior, em especial nas Américas, embora ele ainda não fale nem português nem espanhol.

O que dizer então de mim ou outros tantos imigrantes, brasileiros ou não, que escolheram a cidade-luz? Escolhemos mal? Até o pessoal daqui quer partir?

A resposta é muito simples, entretanto não é obvia para muita gente. Existe na cabeça de muito brasileiro candidato a emigrar a idéia de que quase qualquer lugar é melhor que o Brasil. Não é um bom argumento...

A resposta é que ser um expatriado proporciona um ambiente diferente. Melhor em algumas coisas, pior em outras, mas nunca vai existir uma resposta preto no branco que defina o melhor lugar para morar e fazer a vida.

A equação é complexa e as variaveis não são poucas, tudo vai depender da experiência prévia pessoal de cada um e obviamente da experiência real a ser vivida no exterior. Em todo caso, para aqueles que têm a idéia de sair do Brasil um dia, seja por seis meses de estudo ou uma jornada mais longa, minha opinião é: "faça".

Parafraseando e traduzindo livremente um trecho de um livro que eu ainda não li, Cândido, de Voltaire: "Se não acharmos nada prazeroso, que ao menos encontremos algo de novo." Como disse, não conheço a historia, mas a frase me inspira a me envolver quando sou apresentado a um novo desafio.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Expatriando TV # 01



Imagens feitas em Torino no fim do verão de 2005. Cenas das margens do rio Po, comentadas no blog, da Mole Antonelliana, do Parco Valentino e outros prazeres da vida ao ar livre na primeira capital italiana.

(clique no título do post para baixar o vídeo)

The Road Not Taken

"The Road Not Taken" foi um blog que eu fiz há três anos, hoje extinto, que em grande parte de sua existência contou histórias de quando eu morava na Itália, na cidade de Torino. Embora ainda exista a denominação em outras línguas, como Turim em português, existe um esforço da cidade desde a sua candidatura bem-sucedida à sede das Olimpíadas de Inverno 2006 de que ela seja reconhecida internacionalmente como Torino, o nome original em italiano.

Um dos (poucos) posts que vale a pena resgatar é sobre o rio Po, que cruza Torino assim como os rios Tietê e Pinheiros cruzam São Paulo.

Pela cidade passa um rio...



Em São Paulo, temos o rio Tietê e o Rio Pinheiros.

Em Torino, os principais rios são o Dora e o famoso Po. Abaixo temos algumas fotos do rio Po e suas margens.


Apesar do rio nao ser de agua potável, está bem longe da sujeira a qual estamos habituados (e tambem não há o odor caracteristico). E ao inves das famigeradas "marginais", as margens do rio aqui têm uma utilidade um pouco mais agrádavel. São lugares onde se pode caminhar:

Lugares onde se pode fazer exercicios, ou simplesmente sentar e apreciar a natureza e quebrar a rotina urbana.

Agora dou razão para o Gilson, que sempre me dizia que as marginais dos rios paulistanos eram terríveis, que tinham potencial para muito mais. E eu, nascido na selva de pedra e acostumado com ela, nao conseguia visualizar esta utilidade. Agora entendo...

E daí?

Agora você pode dizer: "OK, eu vim, vi seu blog, assinei o feed. Mas e daí? O que é que vai ter nele?". Excelente questão!

Nos últimos meses passei a procurar mais por informações de brasileiros vivendo no exterior, pois embora cada um tenha sua motivação, sua história pessoal, nos assemelhamos pelo fato de termos deixado nossa terra para trás.

Considero uma forma nova de imigração do que aquela que populou o Brasil um século atrás, por exemplo, por razões econômicas de sobrevivência ou diásporas causadas por guerras. A geração atual de imigrantes, em sua maioria, tem a oportunidade de continuar vivendo no Brasil. Não é uma questão de vida ou morte, é, na minha opinião, uma questão de escolha, um desafio pessoal. E as motivações não são poucas: estudo, trabalho, família, qualidade de vida...

Portanto por isso o segundo título do blog: "Apenas mais um brasileiro no exterior". Assim como a canção de Lulu Santos, "Apenas mais uma de amor", não quero reinventar o gênero de blogs de brasileiros no exterior, mas sim dar a minha contribuição.

O choque cultural é algo que impressiona e (todos os expatriados o dirão), você só vai sentir quando viver, apesar de poder ler, ouvir e ver pela TV ou internet tudo que falam sobre o assunto. Não importa se migramos para os nossos vizinhos da América Latina ou para o outro lado do mundo, o choque existe. A boa notícia é que, na maior parte das vezes, estas diferenças podem ser divertidas!

Como acompanhar o blog/podcast

O blog ainda nem se explicou porque veio ao mundo e já quer fidelizar você... Na internet é assim, ou a gente prende a atenção do leitor/ouvinte ou ele se dispersa nos zilhões de outros conteúdos disponíveis na rede.

Em primeiro lugar, o blog vai conter, como todo blog que se preze, texto e fotos. Mas de vez em quando pretendo também disponibilizar alguns arquivos de áudio e vídeo. Obviamente tudo estará disponível aqui, nesta página, mas também de outras maneiras.

Grandes portais ou sites de notícias completos valem uma visita diária. Afinal, o conteúdo muda sempre, todo dia, toda hora, a cada minuto... Compreensível, já que se trata da publicação do trabalho de um monte de gente. Já blogs e podcasts amadores não são assim. Estes são feitos de forma caseira, sem grandes compromissos com a periodicidade e a quantidade de publicações. E por isso um blog pode facilmente deixar de ser interessante se, depois de 1, 2, 3 visitas o leitor não acha conteúdo novo e acaba desistindo de voltar.

Para isso inventaram o RSS.

Para quem ainda não usa, sem entrar em detalhes técnicos, RSS é uma tecnologia que permite acompanhar diversas fontes de informação sem ter que acessar cada uma delas para procurar atualizações. É preciso, no entanto, estar equipado de um software leitor de fluxos RSS. Existem diversas opções, mas uma maneira fácil de começar a explorar este mundo é com o Google Reader, pois não requer instalação e praticamente todo mundo já possui uma conta Google, ou seja, não é preciso nem mesmo lembrar de uma nova senha.

A interface se parece com um leitor de e-mails, mas ao invés de pastas, à esquerda temos uma lista de feeds, que podem ser divididos em categorias. Eu tenho, por exemplo, uma categoria chamada "brasileiros no exterior", outra sobre "tecnologia", "f1", etc...

E o podcast?

Podcast nada mais é do que um fluxo RSS que pode conter também áudio e vídeo, com a possibilidade de baixá-los no seu computador, MP3 player, etc. Ao contrário do que o nome pode sugerir, um podcast não requer iPod como MP3 player, nem mesmo um iTunes, embora este último seja um bom software para organizar seus arquivos de áudio (não digo o mesmo para filmes) e podcasts.

Chega de conversa e vamos para a parte prática. Acesse o Google Reader e clique em "Add subscription", conforme a figura. Ah, existem agregadores de RSS em português, mas aparentemente o Google Reader ainda não foi traduzido para a língua de Camões.

Digite ou copie e cole o texto a seguir: http://feeds.feedburner.com/expatriando

E pronto! Se você acompanha só um ou dois sites, realmente não faz muito sentido, é melhor ir visitar cada um deles. Mas se você quer aumentar o leque de fontes de informação, não existe forma melhor.