sexta-feira, 2 de maio de 2008

A França e a integração social

O tema "integração social" do imigrante sempre foi e por um bom tempo sera' atual num pais como a França, que é um verdadeiro "melting pot" de culturas, linguas e povos.

Desde que o ex-ministro do interior assumiu a presidência da Republica, algumas etapas adicionais precisam ser cumpridas até que o imigrante tenha todos os papeis em dia para começar a trabalhar e viver na França.

Uma destas etapas é o contrato de integração social, obrigatorio, com o qual o imigrante se compromete a respeitar as leis da republica, a falar francês (caso não fale, um curso obrigatorio e gratuito é oferecido) e a seguir uma formação civica.

Hoje se discute muito por aqui a questão dos sans-papiers, ou os sem-documentos. Não são poucos. Empregadores fazem vista grossa, pois se trata de mão-de-obra barata e impostos a sonegar. Pede-se a anistia de milhares de trabalhadores em situação irregular, alguns ja' "convidados a se retirar" do territorio francês.

A grande realidade é que antes era (e de uma certa forma ainda é) muito facil entrar e se estabelecer na França. Não existe nada de fascista nem de racista ao impor as condições acima, elas são na minha opinião até leves.

Hoje não existem mais terras virgens, para onde podemos imigrar e fazer nosso proprio estado, nossa propria lei. Muito menos no velho continente. Se decidimos morar em um pais diferente do nosso, devemos, no minimo, tentar a integração: lingua, usos, costumes, educação.

Não são poucas as comunidades espalhadas pela capital francesa que pouco ou nada fazem para se integrar... Foi interessante um dia quando vi uma atendente de um consultorio exigir que a paciente de orgiem asiatica falasse frances, mesmo sendo ela mesma imigrante asiatica com um forte sotaque. Mostra que não é a origem, mas existem pessoas mais dispostas ao esforço e outras que por um motivo x deixaram seus paises, mas se aproveitam da liberdade e a confundem com libertinagem.

Na minha opinião, os sans-papiers também são um grupo heterogeneo. Ha' aqueles que estão integrados, cujos filhos estão nas escolas francesas, regulares desde a entrada até um ou dois anos e por motivos obscuros não tiveram a permissão de residência renovada. Mas existem muitos malandros que pedem o "liberou geral", sabendo do tanto de regras que foram infringidas e que em condições normais eles nunca teriam seus vistos aceitos ou renovados.

A posição atual do governo é, na minha opinião, a mais justa, embora a mais dificil de ser realizada na pratica: o julgamento "caso a caso"...

3 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

E o tal do Podcast?




- http://www.muspace.com/zebubass

- http://www.bandasdegaragem.com.br/zebu

Anônimo disse...

Di,

Leia "Infiel", da somáli que pediu asilo à Holanda. No livro ela fala, entre outras coisas, justamente da não-integração entre os imigrantes na Holanda. Belíssimo livro!