sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

As escolas finlandesas

Educação é uma questão importantissima e delicada em qualquer que seja a sociedade. Os paises desenvolvidos gozam, em geral, de um sistema de educação publico universal, de qualidade e na maioria dos casos, gratuito, pelo menos até o fim do Ensino Médio, o que infelizmente não é o caso do Brasil.

A competitividade do mundo adulto, de trabalho, muitas vezes é transportada ao mundo infantil através das escolas. Outro dia vi uma reportagem na TV sobre crianças de DOIS anos nos EUA que passavam por verdadeiros processos de recrutamento para serem aceitos em determinadas escolas. De uma criança, ou melhor, bêbê, de DOIS anos, se exigiam duas linguas (inglês e francês), além da sua lingua materna que era o italiano... um absurdo!

Tanto quanto aprender, uma criança precisa brincar. Precisa se socializar. Precisa de um monte de outras coisas "imateriais" do que apenas um bom curriculo desde os DOIS anos de idade.

Foi com esse pensamento que hoje escutei uma reportagem de uma radio canadense sobre as escolas finlandesas (a midia também é globalizada). E, como disse là no inicio, cada pais decide sobre o seu sistema de educação, baseado em uma infinidade de fatores e limitações. Mas da Finlândia, além da Nokia, da vodka e de bons pilotos de Formula 1, também saem brilhantes estudantes que vêm nos ultimos tempo vencendo competições internacionais de matematica, fisica, etc.

Poderiamos esperar uma educação ferrenha, no melhor estilo japonês de competitividade desde o berço. E para a surpresa geral, não é nada assim. Bom, para começar, é um sistema de educação fundamental como todos deveriam ser: universal, gratuito, de qualidade e obrigatorio dos 7 aos 16 anos.

Mas a palavra-chave nesse pais não é competitividade, mas sim inclusão. Não existe prova, e os estudantes so começam a ser avaliados a partir dos 12 anos. Ainda assim, para que sejam identificados eventuais problemas, que são logo tratados com aulas particulares gratuitas.

Uma montanha de livros? Longe disso! Livros são importantes, mas na hora certa. As crianças finlandesas brincam com exemplos praticos, aprendem geometria com peças de plastico ao inves de desenhos abstratos, a interação com os mestres e os outros alunos é privilegiada. De fato, isto é possivel com turmas reduzidas, de no maximo 18 alunos, segundo a reportagem.

Na minha opinião, os resultados falam por si. As crianças visitadas pela reportagem foram entrevistadas em francês, e falavam sem nenhum problema. De fato, na Finlândia, parece ser quase impossivel encontrar alguém que não fale, além do suomi, ou finlandês, também o inglês. E a maioria se engaja em uma terceira lingua: sueco, francês, alemão...

Ah, e quanto aos pilotos de F1, termino o post com uma frase do Heikki Kovalainen, piloto da McLaren, quando entrevistado pela Globo no Esporte Espetacular da semana passada em razão de uma comparação entre Brasil e Finlândia na F1, como o fato dos dois países possuirem três campeões do mundo e dois pilotos entre as três principais equipes da F1 em 2008:
Interessantes essas coincidências, nunca havia percebido. E até me surpreende, o Brasil deve estar fazendo alguma coisa errada. Nós somos apenas 5 milhões, compare com o tamanho do seu país...

3 comentários:

Unknown disse...

Embora utilizando boa redação, seu texto contém dois equívocos crassos. O primeiro é sua equivocada e superficial análise sobre a atual realidade educacional brasileira. Desde 1994, com o PNE, o quadro que enuncia sofre importantes avanços. O segundo é desconsiderar, ou desconhecer que as exigências dos EUA para com os bebês filhos de imigrantes acontece simplesmente por "reserva de mercado", assim como a França faz com as minorias de estrangeiros oriundos de suas ex-colônias...

Diego disse...

Julio,
Eu não fiz uma analise superficial das escolas brasileiras. Eu simplesmente não fiz analise nenhuma, pois quis comentar sobre as escolas finlandesas. O unico comentario que fiz sobre as escolas brasileiras foi sobre o fato de ela não se enquadrar na trinca "qualidade, universal e gratuita". Gratuita ela é, mas de qualidade e universal eu questiono... A qualidade aumentou nas ultimas décadas? Otima noticia! Mas se você acha que alcançamos ja um padrão ideal e por isso devemos fechar os olhos para todo o resto, o superficial não sou eu...

A França não faz "reserva de mercado" com educação. Todos os residentes (franceses ou não) têm acesso à educação gratuita e universal aqui, sem distinção de origem... Na realidade, a escola é até mesmo obrigatoria, se um progenitor deixa de matricular seu filho de 7 a 16 anos na escola, ele pode perder a guarda da criança e até mesmo ir para a cadeia em casos extremos.

Quantos aos EUA, realmente eu desconheço se existe essa "reserva de mercado" que você alega, mas não foi o foco da reportagem que eu citei. De fato, a escola e seu "vestibular para bebês" contava com estudantes estrangeiros e americanos, aparentemente sem distinção. O objetivo era, ja desde os dois anos de idade, rotular o bebê como oriundo de uma boa escola, para que ele pudesse seguir sempre frequentando boas escolas...

Um resumo do que eu quis dizer é: "olha so, na Finlândia, ao inves de uma supercompetitividade desde o berço, a escola é mais solta e os resultados são muito bons. Por que não prestar atenção nesse modelo?"

Um comentario inteligente que eu esperaria de você era: "Cuidado ao comparar a Finlândia com outros paises, pois se trata de uma nação particular e muito pouco heterogênea, diferente dos EUA, França, Brasil, etc..."

Unknown disse...

Nossa!!!
Vejo que não só comprou, como consumiu os maracujás!!!
E pelo jeito, estavam muiiiiiiiiito azedos!
Beijo, sobrinho!